quinta-feira, 20 de setembro de 2018

Rio Tejo - descolagem

                                     
O Tejo esteve de novo ligado a um pesado desastre de Avião, não porque tivesse ocorrido nas suas água, mas sim porque foi destas que partiu o Martin Mariner CS-THB, que não mais foi visto.


Amarado no Funchal

Tendo saído do aeroporto de Cabo Ruivo cerca das 12h30m, do dia 9 de Novembro de 1958, com 36 passageiros e tripulantes a bordo, o pesado hidroavião da ARTOP, denominado “Porto Santo” contactou pela última vez o controlo de Lisboa às 13h20m, quando voava a cerca de 180 milhas a Oeste do Cabo S. Vicente.

Na altura declarou uma emergência a bordo, informando que iam fazer uma amaragem de emergência e  dizendo encontrar-se a 36,40 graus Norte e 12 Oeste.

Iniciadas imediatamente as buscas, com meios aéreos portugueses e estrangeiros, nada nem ninguém foi encontrado, não obstante as pesquisas efetuadas por múltiplos meios aéreos e navais, durante uma semana.

Em terra, nos escritórios da Companhia Portuguesa ARTOP, são muitos os que não acreditam num desfecho fatal.  Entre eles, encontra-se o Chefe Silva, um homem experimentado, que conduziu durante muitos anos a lancha da Pan American de apoio aos hidroaviões da referida Companhia.  Foi ele que com a sua lancha ajudou a salvar os passageiros do avião da Pan Am, que caiu no Tejo e igual papel de relevo tinha tido na queda do avião da BOAC, pouco tempo antes.




In Diário de Lisboa
 “Não pode ser, um avião destes não desaparece assim de repente, sem deixar rasto. Conheço-os bem. São autênticos leões do maré”.

 O facto é que nunca foi descoberta qualquer pista.

 O Martin Mariner “Porto Santo”, bem como o seu irmão gémeo “Madeira” tinham sido comprados como excedentes de guerra ao Canadá e sido posteriormente completamente reconstruídos e transformados em Portugal, nas oficinas da OGMA,  com a intenção de servir na ligação entre o Funchal e Lisboa. O CS-THB tinha tido o registo inicial BU-45409 e o seu irmão gémeo, o CS-THA tinha tido o registo BU-59144

Testados em muitos voos de experiência, era no entanto a primeira vez que o “Porto Santo” voava com passageiros.

Para além das histórias curiosas, que sempre acontecem nos desastres de avião, trocas de última hora ou atrasos irremediáveis, este voo veio mostrar que a PIDE também "salvou" vidas.  O passageiro Vieira, cujo nome constava da lista de passageiros, foi impedido de embarcar 10 minutos antes pela Polícia Internacional de Defesa do Estado. Foi salvo de morte certa .
 

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