quinta-feira, 20 de setembro de 2018

Rio Tejo - Belém


 

Despenha-se no Rio Tejo, no dia 20 de março de 1942, um Fleet 10G da Aviação Naval, tendo falecido o 2º Tenente aviador Francisco M. Lemos Lobato de Faria.

Fonte: Diário de Noticias


Rio Tejo - Valada


 

Um Morane Saulnier MS 233, cai no rio Tejo na zona da Valada do Ribatejo, no dia 8 de junho de 1931, após uma manobra de acrobacia mal sucedida.

Perdem a vida o Tenente Aviador Manuel Encarnação Abreu e o Sargento Mecânico Manuel Gameiro.

 

In Diário de Lisboa
 
 
 




In Diário de Lisboa

Rio Tejo - descolagem

                                     
O Tejo esteve de novo ligado a um pesado desastre de Avião, não porque tivesse ocorrido nas suas água, mas sim porque foi destas que partiu o Martin Mariner CS-THB, que não mais foi visto.


Amarado no Funchal

Tendo saído do aeroporto de Cabo Ruivo cerca das 12h30m, do dia 9 de Novembro de 1958, com 36 passageiros e tripulantes a bordo, o pesado hidroavião da ARTOP, denominado “Porto Santo” contactou pela última vez o controlo de Lisboa às 13h20m, quando voava a cerca de 180 milhas a Oeste do Cabo S. Vicente.

Na altura declarou uma emergência a bordo, informando que iam fazer uma amaragem de emergência e  dizendo encontrar-se a 36,40 graus Norte e 12 Oeste.

Iniciadas imediatamente as buscas, com meios aéreos portugueses e estrangeiros, nada nem ninguém foi encontrado, não obstante as pesquisas efetuadas por múltiplos meios aéreos e navais, durante uma semana.

Em terra, nos escritórios da Companhia Portuguesa ARTOP, são muitos os que não acreditam num desfecho fatal.  Entre eles, encontra-se o Chefe Silva, um homem experimentado, que conduziu durante muitos anos a lancha da Pan American de apoio aos hidroaviões da referida Companhia.  Foi ele que com a sua lancha ajudou a salvar os passageiros do avião da Pan Am, que caiu no Tejo e igual papel de relevo tinha tido na queda do avião da BOAC, pouco tempo antes.




In Diário de Lisboa
 “Não pode ser, um avião destes não desaparece assim de repente, sem deixar rasto. Conheço-os bem. São autênticos leões do maré”.

 O facto é que nunca foi descoberta qualquer pista.

 O Martin Mariner “Porto Santo”, bem como o seu irmão gémeo “Madeira” tinham sido comprados como excedentes de guerra ao Canadá e sido posteriormente completamente reconstruídos e transformados em Portugal, nas oficinas da OGMA,  com a intenção de servir na ligação entre o Funchal e Lisboa. O CS-THB tinha tido o registo inicial BU-45409 e o seu irmão gémeo, o CS-THA tinha tido o registo BU-59144

Testados em muitos voos de experiência, era no entanto a primeira vez que o “Porto Santo” voava com passageiros.

Para além das histórias curiosas, que sempre acontecem nos desastres de avião, trocas de última hora ou atrasos irremediáveis, este voo veio mostrar que a PIDE também "salvou" vidas.  O passageiro Vieira, cujo nome constava da lista de passageiros, foi impedido de embarcar 10 minutos antes pela Polícia Internacional de Defesa do Estado. Foi salvo de morte certa .
 

Rio Tejo - Boeing Clipper

 22 de fevereiro de 1943



Saída dos passageiros-aeroporto cabo Ruivo 
Desta vez um dos gigantes do ar norte-americanos, um Boeing B-314 Yankee Clipper, com a matricula NC18603, oriundo de Washington, com escala em Nova Iorque e Horta, acabou por se despenhar no Tejo, quando se encontrava na manobra de amarar.
                           
 
Curiosamente, este Boeing, que viu terminados os seus dias entre nós, acabou por ficar ligado à história por ter sido o primeiro a ser utilizado no transporte de correio aéreo, entre a América e a Europa, em 20 de Maio de 1939.   Requisitado pela marinha dos Estados Unidos, era  operado pela Pan American Airways e utilizado nos voos regulares entre o continente americano e a Europa, através de Lisboa e até Marselha.

 
Boeing 314 amarado na Horta


A tragédia foi de curta duração.  Passavam poucos minutos depois das 16 e 30. O Tejo estava coberto por nuvens negras, pesadas.  Estalara uma trovoada sobre Lisboa.  Abafava-se.  Não soprava uma aragem.
 



In Diário de Lisboa
Foi neste cenário que apareceu sobre o aeroporto de Cabo Ruivo o “Yankee Clipper”, o gigantesco hidroavião quadrimotor americano, de 42 toneladas que inaugurou as carreiras entre os dois continentes –antes da guerra, há mais de quatro anos, portanto, sem que tivesse tido um desastre”.
 

Assim relatava o Diário De Lisboa de 23 de Fevereiro de 1943, o acidente ocorrido no dia anterior.

 

A aeronave, com  a sua lotação no máximo era oriunda América, tendo feito escala nas Bermudas e nos Açores –Horta.

Pelas indicações radiotelefónicas, tudo corria bem a bordo, preparando-se o hidroavião para amarar, fazendo para isso a segunda volta de reconhecimento sobre as condições do rio.     Ao passar na chamada cala de  Alcochete, o avião fortemente inclinado sobre a direita, tocou com a asa na água começando imediatamente a afundar.
 


Clipper no Tejo
Prestados de seguida os socorros possíveis, nomeadamente pela embarcação da Pan Am, que apoiava a amaragem e por outra embarcação da British Overseas Airways Corporations, foi possível retirar com vida dezasseis pessoas, enquanto outras 24 pereceram no acidente.
 
Como curiosidades deste acidente, ressalte-se o facto de o número de sobreviventes ter sido mais exatamente quinze, sendo que entre estes se encontrava a cantora  Jane Froman, por muitos considerada a maior cantora da América.   Igualmente o piloto Rod Sullivan, um veterano de mais de 150 travessias do Atlântico e 55 travessias do Pacífico, sobreviveu, tendo abandonado de seguida a profissão.
 
Mais tarde, depois de recuperar dos severos danos físicos a que foi submetida, Jane Froman, acabou por casar em 12 de Março de 1948, com o copiloto John C. Burn, que a tinha salvo aquando acidente.

 
Igualmente foi salva sem ferimentos a “formosa artista do cinema e da rádio, Ivet Elsa Harnie Silver, que, já na água, se desembaraçou do seu casaco de peles, para nadar melhor”.