sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Rio Tejo - O princípio das tragédias entre portas


 

A primeira ocorreu no sábado, 9 de Janeiro de 1943, quando um Short  S-26,  da British Overseas Airways, com a matrícula  G-AFCK e a capacidade máxima de quinze passageiros, se despenhou no rio Tejo matando 13 passageiros e tripulantes.

Avião semelhante ao sinistrado
 
Parado há longos dias no Tejo, no aeroporto de Cabo Ruivo, devido a uma avaria num dos seus motores, foi este substituído por um novo vindo de Inglaterra, após o que se seguiria o normal voo de experiência.
 
 Sem se saber o porquê, foram aceites para entrarem no avião, como lastro necessário, diversos habitantes da zona e funcionários do aeroporto, que desde o dia anterior se concentraram em Cabo Ruivo, para poderem ter o privilégio, então ainda mais raro, de voar.

É assim, que pelas 9h55m da manhã, o pesado hidroavião iniciou a descolagem da base de Cabo Ruivo até à barra do Tejo.

 As comunicações via rádio, com a torre, relataram que tudo se encontrava normal, até que, pouco depois da última comunicação,  pelas 10h25m, numa altura em que o aparelho voava a cerca de 100 metros de altura, entre o Terreiro do Paço e Xabregas, começaram a sair labaredas de um dos motores do lado direito.

 
In Diário de Lisboa
Segundo as testemunhas, o piloto apercebendo-se da tragédia eminente terá tentado amarar, sucedendo que quando se encontrava a poucos metros da água, o aparelho afocinhou e entrou pelo Tejo dentro, levantando grandes colunas de água.

 De nada serviram os esforços das diversas embarcações que acorreram ao local, deparando com destroços e corpos inanimados.

 Somente duas pessoas sobreviveram dos quinze, que se encontravam a bordo, sendo uma delas tripulante e a outra um passageiro.

 À imprensa da época, relatou o passageiro sobrevivente “quando o avião voava sobre o Beato, ouviu-se formidável explosão.  Ele e a sua mulher foram imediatamente projetados na água. Nadaram ambos até que ele perdeu os sentidos e só voltou a dar conta de si quando o tiraram duma embarcação para o conduzirem ao hospital”.
 
Decorrente da normal dificuldade de retirar os destroços do rio, somente muitos dias depois foi possível içar as partes possíveis do avião, com o auxílio de gruas e de mergulhadores.     Rezam os jornais da época, que na origem do acidente, poderá ter estado uma fuga de gasolina.

 
 

                                       

2 comentários:

  1. Meu avô Manuel Gonçalves Vidal,viajava com alguma regularidade para a
    Madeira e Açores nos hidroaviões.Fui esperá lo várias vezes com minha avó Clara e minha irmã.Carlos Vidal

    ResponderEliminar
  2. Muito obrigado pelo seu comentário. Certamente faria esses voos na Aquila Airways empresa inglesa que efetuou até 1958, os voos entre Lisboa e o Funchal. Alguns dos seus hidroaviões permaneceram abandonados na doca dos olivais em Lisboa, para gáudio de todos os que ali passavam, nos quais me incluo.

    ResponderEliminar