30 de maio de 1961
Não passaria das duas horas e vinte minutos da madrugada do
dia 30 de maio de 1961, quando o DC-8, PH-DCL, da KLM ao serviço da companhia
venezuelana VIASA mergulhou no mar em frente à Fonte da Telha a três
quilómetros da costa a sudoeste de Lisboa e, por isso, a pouca distância da foz
do Tejo.
Sessenta e um passageiros e tripulantes foram perdidos no voo
897 iniciado em Roma, que após escala em Madrid seguiu para Lisboa onde
aterrou cerca da uma hora e seis minutos. Voltando a levantar voo da pista 23
da Portela às duas horas e quinze
minutos para o destino final em Caracas, tinha ainda prevista uma paragem intermédia no
aeroporto de Santa Maria na ilha do mesmo nome no arquipélago dos Açores, para
onde agora seguia.
Avião novo, entregue
no dia 1 de maio de 1961, à KLM companhia
de bandeira holandesa, nada fazia prever que o enorme DC-8-53 batizado como
Fridtjof Nansen, cientista, explorador polar,
aventureiro e político
norueguês galardoado com o Nobel da Paz em 1922, encontrasse o seu destino
final numa noite tempestuosa, que inicialmente se admitia poder estar na origem
do acidente devido à presumível ação de um raio sobre o avião, mas que as
investigações posteriores vieram a afastar como origem do acidente.
As
conclusões do relatório elaborado pelas autoridades portuguesas, através da
então Direção Geral da Aeronáutica Civil, apontam em que o avião entrou na água com
uma inclinação em torno dos 25 graus e a uma velocidade próxima dos 450 a 500
nós, qualquer coisa como 830 a 920 Kms/hora e de uma forma intata, o que
desmente algumas das teorias de explosão no ar, cujo barulho testemunhas
teriam ouvido, ou até explosão por motivo de bomba a bordo, como alguma
comunicação social, nomeadamente jornais venezuelanos, admitiram.
O
choque muito forte com a água provocou a destruição completa da aeronave e a
impossibilidade
da recuperação da totalidade dos corpos dos ocupantes, intactos
ou fragmentados. Somente o corpo de uma criança foi recuperado quase intacto.
Dos restantes, somente pedaços e fragmentos que se calcula totalizarem 15
corpos.
Destroços recuperados |
Na
ausência das chamadas caixas pretas, então ainda não disponível numa grande
parte dos aviões, não foi possível determinar com rigor o que terá acontecido
ao DC-8, especulando-se como uma das hipóteses, a existência de avaria no
horizonte artificial que poderia ter bloqueado, conduzindo assim a tripulação à
chamada desorientação espacial.
Na hora de azar que vitimou tripulantes e passageiros valeu a sorte a um cidadão americano com destino aos Açores, que por não ter comparecido a horas, no aeroporto acabou por se salvar de uma morte certa. William Third de 30 anos de idade, foi o felizardo.
Fontes:
Diversos sítios da internet, jornais da época, relatório oficial da Direção Geral da Aviação
Civil.