O Tejo esteve de novo ligado a um pesado desastre de Avião, não porque tivesse ocorrido nas suas água, mas sim porque foi destas que partiu o Martin Mariner CS-THB, que não mais foi visto.
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Amarado no Funchal |
Tendo saído do aeroporto de Cabo Ruivo cerca das 12h30m, do dia 9 de Novembro de 1958, com 36 passageiros e tripulantes a bordo, o pesado hidroavião da ARTOP, denominado “Porto Santo” contactou pela última vez o controlo de Lisboa às 13h20m, quando voava a cerca de 180 milhas a Oeste do Cabo S. Vicente.
Na altura declarou uma emergência a bordo, informando que iam fazer uma amaragem de emergência e dizendo encontrar-se a 36,40 graus Norte e 12 Oeste.
Iniciadas imediatamente as buscas, com meios aéreos portugueses e estrangeiros, nada nem ninguém foi encontrado, não obstante as pesquisas efetuadas por múltiplos meios aéreos e navais, durante uma semana.
Em terra, nos escritórios da Companhia Portuguesa ARTOP, são muitos os que não acreditam num desfecho fatal. Entre eles, encontra-se o Chefe Silva, um homem experimentado, que conduziu durante muitos anos a lancha da Pan American de apoio aos hidroaviões da referida Companhia. Foi ele que com a sua lancha ajudou a salvar os passageiros do avião da Pan Am, que caiu no Tejo e igual papel de relevo tinha tido na queda do avião da BOAC, pouco tempo antes.
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In Diário de Lisboa |
“Não pode ser, um avião destes não desaparece assim de repente, sem deixar rasto. Conheço-os bem. São autênticos leões do maré”.
O facto é que nunca foi descoberta qualquer pista.
O Martin Mariner “Porto Santo”, bem como o seu irmão gémeo “Madeira” tinham sido comprados como excedentes de guerra ao Canadá e sido posteriormente completamente reconstruídos e transformados em Portugal, nas oficinas da OGMA, com a intenção de servir na ligação entre o Funchal e Lisboa. O CS-THB tinha tido o registo inicial BU-45409 e o seu irmão gémeo, o CS-THA tinha tido o registo BU-59144
Testados em muitos voos de experiência, era no entanto a primeira vez que o “Porto Santo” voava com passageiros.
Para além das histórias curiosas, que sempre acontecem nos desastres de avião, trocas de última hora ou atrasos irremediáveis, este voo veio mostrar que a PIDE também "salvou" vidas. O passageiro Vieira, cujo nome constava da lista de passageiros, foi impedido de embarcar 10 minutos antes pela Polícia Internacional de Defesa do Estado. Foi salvo de morte certa .